O Corpo Fala

Entendendo Sintomas Físicos na Psicoterapia e como a consulta com o psicólogo pode ajudar

Angústia ( o Corpo Pedindo Ajuda)

A conexão entre mente e corpo é inegável e profundamente explorada na psicoterapia. Muitas vezes, o corpo é o primeiro a sinalizar que algo não vai bem no nosso mundo emocional.

Um dos papéis fundamentais da psicoterapia é ajudar o paciente a dar sentido a esses sintomas físicos, conectando-os com as suas experiências emocionais subjacentes. O terapeuta auxilia o paciente a simbolizar a experiência corporal, ou seja, a encontrar palavras e significados para as sensações físicas, e a nomear as emoções associadas. Isso ajuda muito a saber se é algo cognitivo (do qual a pessoa pode trabalhar o comportamento tomando consciência de sua rotina ou de seu modo de ser), hormonal ou oriundo de alguma outra fonte (rotina, estresse, ambiente, convivência, relacionamentos, má alimentação e etc…)

A Conexão Mente-Corpo 

Trabalho valorizando a experiência vivida do indivíduo, incluindo as suas sensações corporais como parte integrante dessa experiência. Emoções não processadas ou conflitos internos podem manifestar-se através de sintomas físicos, um fenômeno conhecido como somatização ou doença psicossomática. O corpo torna-se, assim, um “palco” para as emoções, e a tomada de consciência (awareness) dessas manifestações corporais é um passo importante para a compreensão e elaboração do sofrimento psíquico. As emoções são, em sua essência, reações químicas e neurais que alteram o estado basal do organismo, indicando que algo importante está a acontecer e que pode ser necessário agir ou adaptar-se. Corpo-mente, mente-corpo, não são opostos e não são separados, traduzi na psicoterapia o que se sente é iniciar o processe de se compreender melhor para agir de forma diferente e até mesmo indicar o que está acontecendo.

Sintomas Físicos Comuns 

É comum que estados emocionais intensos ou prolongados se traduzam em manifestações físicas.

  • Ansiedade: Pode causar uma miríade de sintomas físicos, como falta de ar, tontura, sudorese, palpitações ou batimentos cardíacos acelerados, tremores, tensão muscular, náuseas, vómitos, diarreia e dores no peito.   
  • Depressão: Frequentemente acompanhada por sintomas físicos como fadiga constante, falta de energia, alterações significativas no sono (insónia ou sonolência excessiva) e no apetite (perda ou aumento, com desejo por hidratos de carbono), redução do interesse sexual, dores difusas pelo corpo, mal-estar geral e lentidão motora.   
  • Estresse: Particularmente o stress crónico, como o vivenciado no ambiente de trabalho devido a pressão por resultados, competitividade excessiva ou assédio moral, pode ser um gatilho para o desenvolvimento de transtornos mentais e também se manifestar através de sintomas físicos diversos, como dores de cabeça, problemas gastrointestinais e tensão muscular. A Síndrome de Burnout, por exemplo, é caracterizada por exaustão extrema, stress e esgotamento físico.
  • Insónia e Dores de Cabeça: Ajuda a identificar e a gerir o stresse, a ansiedade e os padrões de pensamento disfuncionais que contribuem para estes sintomas físicos. Técnicas cognitivo-comportamentais, por exemplo, têm demonstrado eficácia no tratamento da insónia e na gestão da dor crónica.   
  • Apatia e Falta de Sentido: Facilita a exploração das causas subjacentes ao vazio emocional, auxiliando a pessoa a reconectar-se com os seus valores, a redescobrir interesses e a construir um novo sentido de propósito na vida.   
  • Falta de Autoconhecimento e Insegurança: Promove a autoexploração, o questionamento de crenças negativas sobre si mesmo e o desenvolvimento de uma autoestima mais sólida e realista.   
  • Medo Extremo e Ansiedade: Ensina mecanismos de enfrentamento para lidar com a ansiedade, pode envolver a exposição gradual a situações temidas (em algumas abordagens) e ajuda a reavaliar as perceções de ameaça, modulando a resposta do cérebro a estímulos ansiogénicos.   
  • Luto: Oferece um espaço seguro e de suporte para processar a dor da perda, encontrar significado na experiência e adaptar-se às mudanças que a perda impõe na vida do indivíduo.   

O Corpo como Guardião de Traumas Não Ditos

Experiências traumáticas, especialmente aquelas que não puderam ser processadas e integradas no momento em que ocorreram, podem ficar “registadas” no corpo. Manifestações como tensão muscular crónica, dores inexplicáveis ou uma sensação persistente de alerta podem ser ecos de traumas passados. A psicoterapia oferece um espaço seguro – seja ele online ou presencial – para que esses traumas possam ser cuidadosamente revisitados, compreendidos e elaborados.

Como a Psicoterapia Ajuda a “Traduzir” Sintomas Corporais em Emoções

Um dos papéis fundamentais da psicoterapia é ajudar o paciente a dar sentido a esses sintomas físicos, conectando-os com as suas experiências emocionais subjacentes. O terapeuta auxilia o paciente a simbolizar a experiência corporal, ou seja, a encontrar palavras e significados para as sensações físicas, e a nomear as emoções associadas. Eu buco compreender a experiência do paciente tal como ela é, também é uma ferramenta valiosa, embora a sua aplicação específica em sintomas psicossomáticos não seja detalhada em todas as fontes, o princípio da escuta atenta à totalidade da experiência do paciente é central. O uso de metáforas na psicoterapia pode ser uma forma de aceder a conteúdos inconscientes e facilitar a expressão da conexão mente-corpo, permitindo que o paciente explore e crie representações para os seus sentimentos e questões de uma forma mais próxima da sua linguagem interna. Ao facilitar a expressão e o processamento emocional, a psicoterapia pode levar a um alívio significativo dos sintomas físicos que são, na verdade, manifestações de um sofrimento psíquico não elaborado.

O Que Significa um Diagnóstico Psicológico?

Um diagnóstico psicológico é muito mais do que uma simples etiqueta. Representa uma compreensão profissional e aprofundada de um padrão de experiências, pensamentos, emoções e comportamentos que uma pessoa vivencia. Este processo de diagnóstico, quando conduzido de forma ética e competente, é um esforço cognitivo e afetivo por parte do psicólogo para apreender a singularidade do “Sujeito” na sua totalidade, considerando a sua história de vida, o seu contexto e as suas particularidades. Não se trata de encaixar a pessoa numa categoria rígida, mas de construir um entendimento que faça sentido para a sua experiência e que possa guiar intervenções futuras.

Este processo de compreensão é, idealmente, colaborativo, envolvendo o indivíduo na exploração das suas próprias vivências. Um diagnóstico ajuda a diferenciar estados emocionais transitórios, como uma tristeza passageira ou uma preocupação pontual, de padrões mais persistentes e impactantes que podem configurar uma condição clínica que beneficia de atenção especializada. É um farol que ajuda a navegar pela confusão e pelo sofrimento, oferecendo um nome e uma estrutura para o que muitas vezes parece caótico e avassalador. 

O Cérebro que se Transforma: Neuroplasticidade e Psicoterapia

Uma das descobertas mais entusiasmantes da neurociência nas últimas décadas é o conceito de neuroplasticidade: a capacidade inerente do cérebro de modificar a sua própria estrutura e função em resposta a novas experiências, aprendizagens e ao ambiente. Isto significa que o nosso cérebro não é uma entidade fixa e imutável, mas sim um órgão dinâmico que se reorganiza continuamente ao longo da vida.A psicoterapia pode ser vista, nesta ótica, como uma forma de “treino cerebral”.

As conversas terapêuticas, os novos entendimentos (ou insights) que emergem, a aprendizagem de novas formas de pensar e de se comportar, e as experiências emocionais corretivas vividas na segurança da relação terapêutica atuam como estímulos poderosos que podem, literalmente, criar novos caminhos neuronais e modificar circuitos cerebrais que antes perpetuavam padrões disfuncionais. Por exemplo, no tratamento da ansiedade, a terapia pode ajudar a formar novos traços de memória que substituem as antigas conexões associadas ao medo, levando a uma diminuição da reatividade ansiosa.

Agora que você leu os benefícios que a psicoterapia pode promover para sua saúde de forma geral, através da ciência e do profissional, veja que a cura é um processo ativo e participativo, onde cada indivíduo, com o suporte adequado, pode tornar-se o principal arquiteto do seu bem-estar, cultivando um jardim interno onde a esperança e a resiliência florescem.

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