Psicoterapia para Ansiedade: Como Acalmar a Mente e o Corpo
A Experiência Vivida da Ansiedade: Um Corpo em Alerta Máximo
A ansiedade não é apenas um pensamento. Quem a vive sabe que é uma experiência total, que toma conta do corpo inteiro. É o coração que acelera subitamente, a respiração que se torna curta e superficial, o suor frio nas mãos, a tensão nos músculos do pescoço e dos ombros. É uma mente que fica presa num ciclo implacável de “e se…”, projetando cenários catastróficos e revivendo perigos passados. A psicoterapia para ansiedade é o inicio do aprender a lidar e entender o que está acontecendo.
Fenomenologicamente, a ansiedade é uma perturbação na nossa experiência do tempo. É a sensação de que o corpo está a viver, aqui e agora, num futuro ameaçador que ainda não aconteceu. O perigo pode não ser real no momento presente, mas o corpo reage como se fosse, ativando todos os seus sistemas de alarme. Esta resposta, embora esgotante e assustadora, não é um defeito. É a manifestação de um sistema de proteção incrivelmente poderoso que, por alguma razão, ficou preso na posição “ligado”.
O Corpo em Alerta: A Neurociência do Medo e da Sobrevivência
No entanto, para compreendermos a partir da perspectiva da psicoterapia para ansiedade, precisamos também olhar para a neurociência do nosso sistema de sobrevivência. Afinal, no fundo do nosso cérebro, a amígdala funciona como um detetor de fumo, constantemente a analisar o ambiente em busca de sinais de perigo. Quando deteta uma ameaça (“fumaça”), ela aciona o sistema nervoso simpático, que liberta uma cascata de hormonios como a adrenalina e o cortisol. Consequentemente é a resposta de “luta ou fuga”, que prepara o corpo para uma ação rápida: o coração bombeia mais sangue, os músculos tensionam-se, a respiração acelera.
Desta forma, este é o sistema vital para a nossa sobrevivência. O problema da ansiedade crónica é que este alarme dispara com demasiada frequência, ou não se desliga. Muitas vezes, é acionado não por uma ameaça externa imediata, mas por memórias de perigos passados que estão armazenadas implicitamente no corpo. Como argumenta António Damásio, os sentimentos de ansiedade são “marcadores somáticos” que sinalizam perigo, mesmo na ausência de uma causa objetiva e presente. O seu corpo está a tentar protegê-lo de uma ameaça que ele lembra, mesmo que a sua mente consciente não a reconheça. É aí que a psicoterapia para ansiedade entra, afinal ela só não ajuda a lidar com o momento em que a ansiedade aparece, e sim na origem da mesma.
Retornando ao Presente: A Abordagem Fenomenológica à Cura
Se a ansiedade é o corpo a viver no futuro, o caminho para a cura não é tentar convencer a mente de que “não há nada a temer”. No entanto, tentar lutar ou argumentar com os pensamentos ansiosos é muitas vezes como tentar apagar um incêndio com gasolina. A abordagem fenomenológica e corporificada oferece um caminho diferente: em vez de lutar, aprendemos a acolher. Em vez de fugir para o futuro ou para o passado, aprendemos a ancorar-nos no presente.
O trabalho da psicoterapia para ansiedade não é eliminar as sensações, mas sim mudar a nossa relação com elas. Através de uma atenção gentil e curiosa, somos convidados a:
- Ancorar no corpo: Guiar suavemente a atenção para as sensações do momento presente — o contato dos pés no chão, o movimento da respiração na barriga, a sensação do ar na pele.
- Notar sem julgar: Observar as sensações físicas da ansiedade (o aperto, a palpitação, o tremor) como eventos corporais transitórios, em vez de provas de uma catástrofe iminente. Esta é uma boa prática aplicada à nossa experiência interna.
- Aumentar a tolerância: Ao permanecermos com as sensações desconfortáveis num ambiente seguro (a relação terapêutica), o nosso sistema nervoso aprende gradualmente que estas sensações, embora desagradáveis, não são perigosas. Assim, elas vêm e vão de formas mais tranquilas e controladas.
Todavia, este processo não é sobre controlar a ansiedade, mas sobre cultivar um sentimento de segurança interna. Ao aprendermos a encontrar o “chão” no nosso próprio corpo, recalibramos o nosso sistema de alarme. A amígdala aprende a distinguir entre uma ameaça real e uma memória do passado, permitindo que o sistema nervoso regresse a um estado de calma e equilíbrio.
O Convite: Encontrando o Chão Sob os Seus Pés
Embora vier com ansiedade seja como tentar navegar num barco numa tempestade constante. A psicoterapia para ansiedade pode oferecer-lhe as ferramentas não para parar a tempestade, mas para encontrar a sua âncora interna. Afinal, é uma jornada para fazer as pazes com o seu sistema nervoso, para aprender a linguagem do seu corpo e para descobrir que a segurança e a calma que procura já residem dentro de si.
Se está cansado de viver refém do medo e da preocupação, e procura um caminho para encontrar estabilidade e paz no meio da incerteza da vida, logo este pode ser o momento de pedir ajuda.
Entre em contato para agendarmos uma conversa e começar a jornada de regresso à segurança do seu corpo presente.